Em 29 de setembro de 2008 foi assinado pelo então Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, o Decreto nº 6.584, o qual estabelece o cronograma para a vigência do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O evento ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, na Academia Brasileira de Letras, durante solenidade realizada no centenário de morte do escritor Machado de Assis.
Você, caro vestibulando (a), deve estar se perguntando acerca das mudanças, bem como do prazo que terá para se adaptar a essa nova fase. Diante de tais dúvidas, preparamos algumas dicas no intento de mantê-lo (a) bem informado (a), contribuindo, assim, para seu bom desempenho mediante os processos avaliativos pelos quais terá de passar.
Apesar de o acordo estar em vigor desde 1º de janeiro de 2009, o prazo previsto para a adaptação irá se prolongar até dezembro de 2012, ou seja, nos exames escolares, vestibulares, concursos públicos e demais esferas nas quais a língua escrita se manifesta, prevalecerão as duas grafias – a atual e a prevista. Contudo, mesmo diante dessa flexibilização, não devemos cruzar os braços e esperar que o tempo passe, uma vez que se torna viável partirmos já para as mudanças, colocando-as em prática sempre que necessário. Dificuldades? Sim, sem nenhuma dúvida ocorrerão, sobretudo no que tange ao uso do hífen – dadas as possíveis regras e as prováveis exceções. Contudo, temos de driblar esse obstáculo e adotar algumas posturas, que nos fornecerão base para o aperfeiçoamento das habilidades necessárias.
Uma delas, senão a principal, é o contato com a leitura. Temos aí o que chamamos de memória visual, uma espécie de “apreensão” de tudo o que lemos e com o qual mantemos relação. Em outras palavras, podemos dizer que quanto mais lemos (jornais, revistas, artigos acadêmicos, enfim, tudo aquilo que contribuirá para nosso amadurecimento intelectual), mais nos tornamos capazes de expressar facilmente pensamentos e opiniões.
Nesse sentido, ater-nos-emos aos principais pressupostos oriundos dessa mudança ortográfica, tendo em vista que ela incide sobre aspectos relacionados à acentuação, uso do hífen, acento diferencial de alguns verbos, bem como de determinadas palavras homógrafas, uso do trema e inclusão de algumas consoantes que se incorporaram ao nosso alfabeto oficial. Vejamos tais modificações, portanto:
* As letras K, W e Y passaram a fazer parte do alfabeto, que antes era constituído somente de 23 letras;
* O trema, sinal gráfico utilizado nos grupos silábicos “que, qui, gue e gui”, foi quase que totalmente abolido, permanecendo somente em nomes próprios e seus respectivos derivados, tais como: Müller – mülleriano, entre outros.
* O mesmo ocorreu com o acento agudo dos ditongos abertos “ei” e “oi” , expressos nas palavras paroxítonas. É o que podemos constatar acessando “Acentuação”. O mesmo texto permitirá que você aprenda sobre as mudanças ocorridas com as letras “i” e “u” tônicas, quando estas formarem hiatos surgidos depois de ditongos, como é o caso de bocaiuva, Sauipe, feiura, entre outras;
* Desfez-se o acento agudo na vogal “u” tônica dos grupos “gue, gui, que e qui”. Constate de forma detalhada acerca de tal posicionamento, acessando também “Acentuação”.
* A primeira vogal dos grupos “oo” e “ee” não é mais acentuada. Portanto, observe:
VOO
ENJOO
ABOTOO
LEEM
CREEM
DEEM
VEEM
REVEEEM
DEEM, etc.
ENJOO
ABOTOO
LEEM
CREEM
DEEM
VEEM
REVEEEM
DEEM, etc.
* Acentos diferenciais de algumas palavras homógrafas, como é o caso de “para” (verbo parar) e “para” (preposição), entre tantas outras, já não mais existem. Constate mais informações estabelecendo contato com o texto “Acentuação”.
* Ainda falando sobre os acentos diferenciais, em alguns casos eles permanecem, justamente para distinguir algumas formas verbais, como é o caso de “pode” (verbo “poder” retratado na terceira pessoa do singular – presente do indicativo) e “pôde” (revelado na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito, também do modo indicativo). Confira mais detalhes no texto “Acentuação”.
* O uso ou não do hífen, representando, talvez, o caso mais complexo, apresenta notáveis mudanças. Então, se antes você grafava alguns vocábulos, ora expressos por:
AUTO-ESCOLA, agora saiba que é AUTOESCOLA;
ANTI-SOCIAL, entenda que daqui em diante é ANTISSOCIAL, o mesmo ocorre com ANTIRRELIGIOSO;
MICROONDAS, na versão atual se revela como MICRO-ONDAS;
DIA-A-DIA? FIM-DE-SEMANA? CAFÉ-COM-LEITE?
Saiba que todas essas expressões são grafadas, agora, sem o hífen.
Saiba que todas essas expressões são grafadas, agora, sem o hífen.
Se o PÁRA-QUEDAS DO PÁRA-QUEDISTA não abriu... que pena, talvez ele não saiba que as expressões também não são mais escritas com o hífen, tampouco com o acento agudo.
Enfim, como expresso anteriormente, o uso do hífen representa um caso ao qual precisamos dedicar um pouco mais de atenção. Para tanto, confira de forma detalhada acerca do que mudou e do que ainda permanece, acessando o texto “O emprego do hífen”.
Mediante as elucidações aqui retratadas, provavelmente você agora se encontra mais familiarizado com as questões postas em discussão. Assim, ciente de que algumas dessas questões farão parte das provas que terá de resolver, que tal conferirmos algumas delas? Sendo assim, constate-as e resolva-as, no intuito de colocar em prática os conhecimentos ora adquiridos:
1) (Ceasa – MG/Fumarc) A palavra está acentuada corretamente em:
a) Eles intervém em medidas concretas.
b) Não vou pôr este livro na estante.
c) Elas creêm em outras imagens.
d) O prefeito sempre mantêm a palavra.
b) Não vou pôr este livro na estante.
c) Elas creêm em outras imagens.
d) O prefeito sempre mantêm a palavra.
2) (Imprensa Oficial – MG/PUC-MG) Todas as palavras recebem acento agudo pela mesma razão, exceto:
a) faísca
b) ícone
c) aí
d) ruína
b) ícone
c) aí
d) ruína
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